Ayahuasca e menstruação: Considerações a partir das experiências de mulheres daimistas

Por Paulina Valamiel Lopes

Introdução

Se você é uma pessoa que menstrua e toma ou já tomou ayahuasca, provavelmente já deve ter se deparado com questões relativas à interação da bebida com os ciclos ovarianos ligados a esse corpo. Isto é, quantas de nós já se surpreendeu com a chegada inesperada da menstruação ou o aumento do fluxo menstrual durante uma cerimônia? Ou ainda, quantas de nós têm experiências específicas relacionadas ao efeito da bebida quando se está menstruada ou de TPM? Além disso, quantas de nós, que estamos fora das comunidades tradicionais, já se perguntou sobre a existência de saberes ancestrais acerca do assunto enquanto formulava novos conhecimentos a partir da experiência e sua partilha em conversas discretas entre amigas antes, no intervalo ou após uma cerimônia de ayahuasca?

É sabido que a ayahuasca é uma bebida de origem amazônica e que desde o fim no século XX tem adentrado, com expressividade, aos grandes centros urbanos e aos fluxos globais. Com este fenômeno, diversas negociações e arranjos vêm sendo feitos por pessoas e grupos para melhor acomodar sua experiência com a bebida em contextos distintos dos de sua origem na floresta. Tais arranjos têm mobilizado discussões importantes acerca da transnacionalização da ayahuasca, mas que na maioria das vezes se limitam a temas como as negociações com elementos da esfera pública – de domínio masculino no mundo ocidental. De maneira um pouco diferente, por meio de uma abordagem que parte do corpo e da visceralidade das experiências, é possível encontrar outros elementos que participam desse processo. Levando em conta, por exemplo, a menstruação como condição corpórea de corpos anatomicamente fêmeas (sejam eles de diferentes identidades de gênero, como mulheres cisgênero, pessoas não binárias ou homens trans), e, portanto, como possível parte do bodyset de uma pessoa durante uma cerimônia, torna-se possível encontrar uma diversidade de outras negociações, saberes e trocas que participam da configuração da diáspora ayahuasqueira.

LONGE DE SER UM ELEMENTO PERIFÉRICO, A MENSTRUAÇÃO É UM TEMA PROFUNDO QUE TÊM DIVIDIDO MUITOS XAMÃS, CURANDEIROS E PRATICANTES CONTEMPORÂNEOS DO CAMPO AYAHUASQUEIRO E DE OUTRAS BIOCULTURAS.

Longe de ser um elemento periférico, a menstruação é um tema profundo que têm dividido muitos xamãs, curandeiros e praticantes contemporâneos do campo ayahuasqueiro e de outras bioculturas. No que toca às dietas, por exemplo, Alex K. Gearin e Beatriz Labate (2018) identificaram que “(...) muitos centros adotam regras restritas, mas abrem exceções para mulheres menstruadas, já que é difícil mandar embora participantes mulheres que se registraram para estar nos retiros e acabam menstruando naquele período” [tradução minha]. Nessa direção, tais flexibilizações estariam apontando para a criação de ambientes ayahuasqueiros mais progressistas e igualitários? Ou estariam respondendo à cultura capitalista de mercado cuja invisibilização e supressão da menstruarão se apresentam como liberdade para que estes corpos continuem produtivos? Ademais, até que ponto haveria uma seleção estratégica de elementos tidos como tradicionais para melhor acomodação destes centros aos fluxos globais?

Em minha pesquisa de doutorado sobre a atuação das mulheres na transnacionalização do Santo Daime, entre as mais de 30 mulheres entrevistadas, localizadas em diferentes países do globo – da América Latina ao Japão –, todas elas, ao seu modo, narraram sobre suas experiências quando seus corpos menstruados interagiam com a ayahuasca (que na religião recebe o nome de “daime”) como elemento importante que nunca passou desapercebido. Além disso, destacaram até mesmo a produção de saberes advindos desse tipo de interação. Nessa direção, aqui, proponho discutir, a partir das experiências menstruais femininas com ayahuasca no Santo Daime, como mulheres daimistas produzem conhecimento situado sobre menstruação e ayahuasca, navegando entre várias referências dispostas na modernidade global, como cosmologias amazônicas, New Age e feminismos, além de sua própria experiência corporificada. Argumento que diante de tais arranjos, o agir dessas mulheres na religião não cabe nem na chave da "submissão à tradição" nem da "resistência emancipatória", mas é produção de epistemologias fronteiriças que extrapolam o Santo Daime, podendo, de modo mais amplo, revelar dados sobre o uso da ayahuasca em contextos urbanos.

Arte de Mariom Luna.

Breve síntese da menstruação na Amazônia indígena

Diferentemente das sociedades ocidentais contemporâneas, cuja consciência menstrual dominante está articulada em torno do sigilo e da supressão do sangue, a menstruação é parte central da organização social e das culturas de povos amazônicos (Oliveira, Nahum-Claudel, Martin, 2023). Nessas cosmopercepções, o sangue menstrual abre a comunicação entre a experiência cotidiana e outras dimensões. Assim, ele opera tanto dentro do corpo de uma pessoa, quanto fora dele (Belaunde, 2005). Além disso, por toda Amazônia, independente dos contornos específicos ligados à diversidade de cada povo, sangrar é “trocar de pele” e, portanto, de perspectiva. Assim, a antropóloga Luisa Elvira Belaúnde (2005) nos lembra que nesse contexto, a menstruação está intimamente ligada à relação das mulheres com as anacondas e com a lua enquanto os grandes mestres da mutação. Diante disso, resguardos, dietas e reclusão seriam as melhores formas de regular a dinâmica transformacional movimentada pelo sangue e pelo seu cheiro.

A título de exemplo, segundo Cynthia Carrillo (2017), para as mulheres Yawanawá, a menstruação é compreendida como um período em que elas se tornariam visíveis aos não humanos – que nessa cultura recebem o nome de yuxin – sem que pudessem vê-los. Diante dessa circunstância, elas se tornariam suscetíveis a possíveis ataques. Por isso, segundo a pesquisadora, na cultura Yawanawá, recomenda-se dietas, evitar tomar ayahuasca e o contato com outras plantas específicas bem como participar de certas práticas de cura. De maneira semelhante, Laura Gil (2022) observou tais elementos entre as Yaminawa na Amazônia Peruana.

É importante sublinhar que tais restrições não implicam impureza ou inferioridade. Isto é, mesmo que o recolhimento também parta da concepção de que o sangue possa “estragar” um alimento, enfraquecer e adoecer um homem, ele também pode neutralizar venenos e feitiços (Belaunde, 2005). Assim, longe de ser uma maldição, a menstruação pode ser entendida como uma forma de feitiçaria feminina, análoga a outras formas de feitiçarias masculinas, tais como garantir a fertilidade e a reprodução da caça (Oliveira, Nahum-Claudel, Martin, 2023 apud Overing, 1986).

Como o Santo Daime tem origem na Amazônia e dialoga com as cosmologias presentes no território, é possível perceber que certas concepções sobre o sangue menstrual se deslocam e se transformam nesse novo contexto religioso, especialmente no que diz respeito ao seu processo de transnacionalização. Assim, se para os povos indígenas a menstruação é vista como potência e transformação, na religião daimista ela ganha novos contornos e interpretações.

A menstruação no Santo Daime

No contexto do Santo Daime – uma religião ayahuasqueira brasileira amazônica moderna e híbrida, fundada na década de 1930 e que atualmente está situada em dezenas de países do globo – a menstruação também marca restrições que recaem aos corpos femininos. Mais especificamente, a regra amplamente compartilhada versa que mulheres menstruadas não devem participar da limpeza das folhas da “Rainha” (a chacrona) durante o feitio (ritual que embala a produção do daime). Em algumas igrejas, elas não devem nem mesmo entrar na casa de feitio (espaço onde o daime é preparado) ou no local de armazenamento das garrafas.

Segundo Juliana Barreto (2019), que realizou o campo de sua pesquisa de tese em uma das comunidades daimistas mais tradicionais do Acre, o CICLU-Alto Santo, semelhantemente a outras comunidades amazônicas, haveria nessa religião uma concepção de que as mulheres estariam conectadas a outras dimensões ordinárias e extraordinárias durante menstruação. Nesse período, elas produziriam fluidos que poderiam influenciar negativamente na produção da bebida. Na mesma direção, em minha pesquisa, pude ouvir de uma daimista que narrou ter aprendido com os membros mais antigos do Santo Daime que, em função da menstruação se tratar de uma limpeza, o contato do corpo menstruado com a produção da bebida “estraga o daime”.

A OBEDIÊNCIA VINHA ACOMPANHADA DE ELABORAÇÕES E PRODUÇÃO DE SABERES QUE FAVORECIAM SUA POSIÇÃO COMO MULHERES DENTRO DA RELIGIÃO.

Curiosamente, pelo que pude verificar, a despeito da diversidade e de todo trânsito de pessoas na religião, que inclui, por exemplo, mulheres influenciadas ou não por ideias feministas, pertencentes tanto a países ranqueados nas primeiras posições do Global Gender Gap Report, quanto de países com os níveis mais baixos de equidade de gênero, todas respeitam a regra. Isso ocorria mesmo sem que houvesse explicações oficiais a respeito. No entanto, a obediência vinha acompanhada de elaborações e produção de saberes que favoreciam sua posição como mulheres dentro da religião, como discutirei adiante.

Conheça mais sobre a Iniciativa de Reciprocidade Indígena das Américas

Flexibilizações e produção de saberes

No contexto daimista, por se tratar de uma tradição híbrida e muito difundida pela oralidade, não existem “registros oficiais” (ao modo ocidental, racional burocrático) sobre as origens ou os porquês das mulheres menstruadas não poderem limpar as folhas durante o feitio. Entre as entrevistadas, a oficialidade se dava pelo fato de que: Mestre Irineu, fundador da religião, havia recebido assim do próprio daime. Entretanto, quando instigadas a falarem mais a respeito, a justificativa sobre este tipo de restrição não se encerrava na tradição ou em elementos místicos e, muito menos, na autoridade masculina.

Ao tratarem das restrições ligadas ao período menstrual, muitas mulheres expressaram ambivalência. De um lado, reconheciam que tais restrições legitimavam esse momento como período de recolhimento e descanso, uma pausa necessária em meio à intensa dedicação comunitária que o Santo Daime costuma demandar. De outro, questionavam a forma como esse “recolhimento” era institucionalizado, especialmente quando se traduzia na realocação automática das mulheres menstruadas para a cozinha ou para o cuidado das crianças, o que é bastante comum nas comunidades daimistas, caracterizadas pela sua forte estrutura patriarcal.

Em suas reflexões também foram localizados saberes e cosmologias híbridas, ligadas à nebulosa da New Age e sua indústria cultural. Isto é, ideias fundamentadas em noções da cura de problemas psíquicos e espirituais através do alinhamento de um “eu interior” com o ciclo menstrual. Tais noções, trazem a menstruação como elemento coparticipante de processos de “cura do feminino”, assim como de aproximação do sujeito com a terra e com a natureza.

Havia também a crença compartilhada por grande parte dessas mulheres, por exemplo, na semelhança dessa regra, com a memória encantada de um passado comum à humanidade em que as mulheres “recolhiam-se juntas na tenda vermelha”, que seria um espaço de partilha e poder feminino. De todo modo, notei que essas referências, ainda que difusas e nem sempre fundamentadas em tradições específicas, funcionavam como recursos simbólicos para reinterpretar os tabus religiosos e reinscrever a menstruação como potência, não como impureza, como resposta à consciência menstrual dominante ocidental.

NOTEI QUE ESSAS REFERÊNCIAS, AINDA QUE DIFUSAS E NEM SEMPRE FUNDAMENTADAS EM TRADIÇÕES ESPECÍFICAS, FUNCIONAVAM COMO RECURSOS SIMBÓLICOS PARA REINTERPRETAR OS TABUS RELIGIOSOS E REINSCREVER A MENSTRUAÇÃO COMO POTÊNCIA, NÃO COMO IMPUREZA, COMO RESPOSTA À CONSCIÊNCIA MENSTRUAL DOMINANTE OCIDENTAL.

Para além do tabu ligado ao feitio, entre as daimistas entrevistadas por mim, prevalece a percepção de que o daime atua como um catalisador de abertura espiritual e limpeza. De maneira comum, todas afirmaram sentirem-se espiritualmente “mais abertas” quando estavam menstruando e mais suscetíveis às ações de não-humanos, como espíritos, vibrações, emoções e energias nesse período. Outras mulheres relataram que o consumo de daime durante o ciclo aumentava seu fluxo menstrual, podendo provocar desconfortos como fraqueza e cólicas mais intensas, bem como o receio de vazamentos que pudessem manchar a suas roupas – que no contexto daimista recebem o nome de farda – com marcas de sangue. Como recurso, algumas disseram evitar cerimônias de grande intensidade como cerimônias de Cura ou de São Miguel (típicas das igrejas associadas à Igreja do Culto Eclético da Fluente Luz Universal – ICEFLU), preferindo rituais mais tranquilos. Há ainda quem opte por não participar dos bailados – que consistem em danças que podem se estender por horas –, devido ao esforço físico envolvido.

De todo modo, mesmo que não haja uma regra para isso, é comum que ao longo da menstruação, muitas mulheres optem por ingerir menores quantidades da bebida ou por tipos mais fracos de ayahuasca que se distanciam de seu modelo mais convencional de exportação. Nesse casso, a ayahuasca/daime mel ou gel – oriunda da transnacionalização e que consiste no cozimento da bebida até que se torne espessa como um gel, transformando assim, seu transporte mais viável, uma vez que, normalmente, 1kg de gel poderia render em torno de 4 litros – estaria longe do ideal para a maioria das entrevistadas durante o período menstrual. Para a maioria delas, o “Daime de primeiro grau” (primeiro cozimento) por conter mais água, seria considerado mais suave para o corpo nesse momento. Na falta desse daime, menores quantidades do mel ou do gel diluídos seriam indicados. A justificativa é tanto prática quanto espiritual: o corpo, já em processo de purificação, não necessitaria de estímulos adicionais.

Como relatou Liesbeth, uma mulher holandesa líder da maior igreja daimista fora do Brasil:

“Quando eu menstruava, tomava um pouco menos de daime. O corpo já está limpando e fica mais vulnerável. Então, se uma mulher me diz que está menstruada, normalmente ofereço menos daime. Mas é uma escolha delas.”

De fato, entre as entrevistadas, percebe-se uma atenção ao ritmo próprio de cada corpo e um manejo autônomo da experiência menstrual que reconhece a singularidade dos ciclos e o direito das mulheres de autorregular a ingestão do daime sem prescrição institucional. Diante disso, é possível perceber que pensar a menstruação dentro das práticas ayahuasqueiras contemporâneas permite deslocar o debate da dicotomia entre submissão e autonomia, assim como observou Saba Mahmood (2005) acerca do movimento pietista entre as muçulmanas no Egito. Desse modo, torna-se possível um vislumbre da complexidade das negociações que as mulheres realizam ao ocupar espaços religiosos e espirituais historicamente mediados por homens.

Muito além da submissão e da autonomia

As experiências das mulheres daimistas com a menstruação e o daime revelam um ponto de inflexão onde corpo, ayahuasca e cultura se encontram e se reconfiguram.

Vimos que no contexto das tradições amazônicas, a menstruação aparece como um princípio de transformação e comunicação entre mundos, como força vital, agente de cura e transformação. No entanto, junto à circulação da ayahuasca por diferentes contextos globais, essas concepções são reinterpretadas por mulheres que, situadas em regimes patriarcais modernos e seculares, criam novas formas de significar seus corpos e seus ciclos. Nessa chave, é possível ler essas mulheres como criadoras de saberes fronteiriços, no sentido de Yuderkys Espinosa Miñoso (2016), que entende a prática descolonial não como uma volta a um passado essencializado, mas como o exercício político de construir-se no entremeio.

Nesse entremeio, as mulheres urbanas e daimistas operam traduções e deslocamentos, construindo sentidos próprios para suas experiências. Assim, o sangue menstrual, até então lido como limitação na sociedade moderna, passa a ser compreendido como um marcador de agência e autoconhecimento, abrindo espaço para novas epistemologias femininas sobre a relação entre corpo e ayahuasca.

O SANGUE MENSTRUAL, ATÉ ENTÃO LIDO COMO LIMITAÇÃO NA SOCIEDADE MODERNA, PASSA A SER COMPREENDIDO COMO UM MARCADOR DE AGÊNCIA E AUTOCONHECIMENTO, ABRINDO ESPAÇO PARA NOVAS EPISTEMOLOGIAS FEMININAS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE CORPO E AYAHUASCA.

Assim, de maneira complexa, mulheres daimistas não têm se limitado a rejeitar ou obedecer às regras vindas da “tradição”, mas as refazem a partir da própria experiência, reintroduzindo o corpo feminino com suas secreções, sensibilidades e instabilidades como fonte legítima de conhecimento, espiritualidade e poder. Assim, elas reinscrevem o sangue e, com ele, o feminino, como parte ativa de sua atuação no processo de expansão e reinvenção da própria ayahuasca no mundo.

Compre nosso mais novo design de camiseta! "Protecting Sacred Plants, Advancing Psychedelic Justice" (Em defesa das plantas sagradas, promovendo justiça psicodélica)

Capa de Karina Alvarez.


Referências:

BARRETTO, Juliana Nicole Rebelo. “O parto na luz do daime”: corpo e reprodução entre mulheres oasqueiras. 2019. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019

BELAUNDE, Luisa Elvira. “A força dos pensamentos, o fedor do sangue: hematologia e gênero na Amazônia”. Revista de Antropologia, v. 49, n. 1, p. 205-243, 2006.

CARRILLO, Cynthia. De mulher a Pajé: Aprendizagem das mulheres pajé como transformação. 2017. 146 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais, [S. l.], 2017.

GEARIN, Alex K.; LABATE, Beatriz. "La Dieta": ayahuasca and the Western reinvention of indigenous Amazonian food shamanism. In: LABATE, Beatriz; CAVNAR, Clancy. The Expanding World Ayahuasca Diaspora: Appropriation, Integration and Legislation. 1. ed. New York: Routledge, 2018. cap. 10, p. 177-198.

GIL, Laura P. Yaminawa Women and Ayahuasca: Shamanism, Gender, and History in the Peruvian Amazon. Chacruna Institute, [S. l.], p. xx, 2 fev. 2022. Disponível em: https://chacruna.net/yaminawa-women-and-ayahuasca-shamanism-gender-and-history-in-the-peruvian-amazon/. Acesso em: 29 out. 2025.

MAHMOOD, Saba. Politics of Piety: The Islamic Revival and the Feminist Subject.

Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.

MIÑOSO, Yuderkys Espinosa. De por qué es necesario un feminismo descolonial: diferenciación, dominación co-constitutiva de la modernidad occidental y el fin de la política de identidad. Solar, Lima, Peru, v. 12, n. 1, 2016.

OLIVEIRA, Melissa Santana de; NAHUM-CLAUDEL, Chloe; MARTÍN, Johanna Gonçalves. Corpo e Menstruação na Amazônia Indígena: uma síntese. Estudos Feministas , [s. l.], v. 31, n. 3, 2023

VALAMIEL, Paulina. Uma análise da atuação das mulheres na transnacionalização do Santo Daime. 2025. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, [S. l.], 2025.

Paulina Valamiel Lopes

Paulina Valamiel, doutora em Sociologia, é pesquisadora associada ao Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP) e atua também como representante daimista queer na GIN-SSOGIE – Global Interfaith Network for People of all Sexes, Sexual Orientations, Gender Identities and Expressions e como co-fundadora da Hijas del Sur – Rede de mulheres latinoamericanas e psicodélicos. Como mulher lésbica daimista, Paulina integra identidade lésbica, experiência acadêmica, psicodelia e espiritualidade para promover o diálogo entre ciência, diversidade e transformação social, com foco especial nas dinâmicas transnacionais da ayahuasca e na atuação das mulheres no Santo Daime.

Previous
Previous

O Retorno do Pajé: A Revolução da Floresta

Next
Next

Onde o dano é estrutural, o cuidado é revolucionário