Medicinas da floresta no SUS: Possibilidades e controvérsias
12 de março de 2025 das 17h30 às 19h (horário de Brasília)
Este fórum comunitário do Chacruna Latinoamérica discutirá a inclusão das Medicinas da Floresta (ayahuasca, rapé, sananga e kambô) no Sistema Único de Saúde (SUS), explorando possibilidades, desafios e controvérsias. O debate abordará a inserção dessas medicinas via Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), o posicionamento dos povos indígenas sobre o uso terapêutico dessas medicinas em ambiente hospitalar, a consulta e participação de comunidades indígenas na construção dessa política pública. Também serão discutidos os debates acadêmicos, especialmente entre profissionais da psicologia, e as perspectivas para a regulamentação, considerando pesquisas científicas, valorização do conhecimento tradicional e diálogos com a medicina ocidental. Os participantes desse fórum serão Isku Kua Yawanawá, cacique da Aldeia Nova Esperança, líder dedicado e porta-voz de seu povo e do movimento indígena no Brasil; Karlene Bianca de Oliveira, doutoranda em Antropologia pela Universidade Federal do Pará, nesse fórum moderado por Lígia Platero, Associada de Programas Educativos do Instituto Chacruna e doutora em Antropologia cultural pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Isku Kua é Cacique da Aldeia Nova Esperança, a maior das comunidades Yawanawa, e líder do Centro de Estudos Tradicionais e Língua Yawanawa Isku Vakehuhu. Tendo sido iniciado nas práticas espirituais mais elevadas da tradição Yawanawa, IskuKua representa o futuro da nação Yawanawa. Ele é um jovem líder visionário que cria o futuro enquanto aprende com o passado. Isku Kua é um líder dedicado e porta-voz de seu povo e do movimento indígena no Brasil. Ele tem viajado para a Europa e os Estados Unidos para partilhar a mensagem da floresta e a cultura e espiritualidade do seu povo. Ele é um orador que fez palestras para seis presidentes; às Nações Unidas, à UNESCO e à Iniciativa Inter-religiosa para as Florestas Tropicais. Seus focos incluem educação tradicional indígena, revitalização linguística, preservação cultural, energia sustentável, agricultura regenerativa e reflorestamento.
Karlene Bianca de Oliveira tem uma trajetória acadêmica e profissional bastante interdisciplinar, sempre em diálogo com áreas da saúde mental. É graduada em Arquitetura e Urbanismo, tendo realizado projetos hospitalares e um projeto de um CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) seguindo as diretrizes da construção humanizada e da reforma psiquiátrica. Depois se especializou em artes visuais com ênfase em artes do corpo e ministrou oficinas em algumas unidades do CAPS adulto e infantil. Seu mestrado foi em Ciências Sociais - Antropologia pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), no qual conseguiu juntar a arquitetura e as artes, estudando corporalidade e sexualidade na saúde mental a partir de uma pesquisa etnográfica em um CAPS. Doutoranda em Antropologia pela UFPA (Universidade Federal do Pará), atualmente estuda os saberes tradicionais indígenas e as plantas na saúde mental através de uma etnografia multissituada, envolvendo profissionais da saúde mental e diversas etnias indígenas.
Lígia Duque Platero é Associada de Programas Educativos do Instituto Chacruna. Ela tem uma formação interdisciplinar em história, antropologia e Estudos Latino-americanos. Ela possui bacharelado (2005) e licenciatura (2006) em história pela Universidade de São Paulo (USP). Ela possui um mestrado em Estudos Latino-americanos pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM, 2012), na Cidade do México, abordando as políticas indigenistas de educação no Brasil e no México, no período entre 1940 e 1970. Ela possui um doutorado em Ciências Humanas, com ênfase em antropologia cultural (2018), pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/IFCS). Sua tese abordou as reinvenções, transformações e trocas em meio à aliança entre o povo indígena Yawanawá (Pano) e uma igreja urbana do Santo Daime. Seus principais interesses de pesquisa são: ayahuasca, medicinas da floresta e relações interétnicas, mudanças culturais, interseccionalidade, Yawanawá (Pano), Santo Daime, turismo étnico, indigenismo e direitos indígenas. É pesquisadora associada do NEIP.